"Quando a porta se fechou, Don Corleone deu um pequeno suspiro de alívio. Brasi era o único homem no mundo que podia fazê-lo ficar nervoso". E se Luca Brasi, o fiel capanga de Don Corleone, único personagem do universo criado por Mario Puzo capaz de atemorizar o poderoso chefão da máfia de Nova York, se voltasse contra seu Padrinho? Essa é a premissa de De Volta ao Jogo. Ou quase isso.
É que John Wick (Keanu Reeves), protagonista desse filme de ação dirigido pelo estreante Chad Stahelski, exercia para a máfia russa papel semelhante àquele de Brasi para os Corleone, inclusive projetando sobre seu poderoso empregador a mesma sombra de temor e instabilidade descrita por Puzo. Aposentado da carreira do crime para se dedicar à vida conjugal (logo interrompida pela doença fatal da esposa), Wick retorna à ação para se vingar dos responsáveis pela morte de seu cachorrinho. É isso mesmo. O motivo para o banho de sangue que toma conta de De Volta ao Jogo é o cruel assassinato do animal de estimação de seu protagonista – a frase de divulgação do filme poderia ser: "They killed his little puppy". E é justamente no absurdo dessa premissa que reside parte do prazer de assistir ao filme de Stahelski, o que torna um tanto frustrante a inserção, em determinado momento da narrativa, de uma fala explicativa de Wick sobre o significado maior que o animal tinha para ele (já que lhe fora deixado como último presente pela esposa morta). Apesar de já sabermos disso desde o início do filme, é muito mais divertido acompanhar esse "exército de um homem só" (que Reeves encarna com perfeição) em ação creditando tamanha violência simplesmente à morte de seu pequeno companheiro canino.
Escorregadas à parte, De Volta ao Jogo é um filme de ação intenso, envolvente, rápido, certeiro e cheio de estilo. Na construção do visual e do protagonista silencioso e implacável, lembra um pouco o recente Drive, ainda que não chegue ao grau de sofisticação estética do filmaço de Nicolas Winding Refn. Nas excelentes sequências de ação urbana, a referência parece ser o cinema de Michael Mann. Discretamente, sem fazer muito barulho ou criar grandes expectativas, Chad Stahelski estreou na direção de longas-metragens em ótima companhia.
É que John Wick (Keanu Reeves), protagonista desse filme de ação dirigido pelo estreante Chad Stahelski, exercia para a máfia russa papel semelhante àquele de Brasi para os Corleone, inclusive projetando sobre seu poderoso empregador a mesma sombra de temor e instabilidade descrita por Puzo. Aposentado da carreira do crime para se dedicar à vida conjugal (logo interrompida pela doença fatal da esposa), Wick retorna à ação para se vingar dos responsáveis pela morte de seu cachorrinho. É isso mesmo. O motivo para o banho de sangue que toma conta de De Volta ao Jogo é o cruel assassinato do animal de estimação de seu protagonista – a frase de divulgação do filme poderia ser: "They killed his little puppy". E é justamente no absurdo dessa premissa que reside parte do prazer de assistir ao filme de Stahelski, o que torna um tanto frustrante a inserção, em determinado momento da narrativa, de uma fala explicativa de Wick sobre o significado maior que o animal tinha para ele (já que lhe fora deixado como último presente pela esposa morta). Apesar de já sabermos disso desde o início do filme, é muito mais divertido acompanhar esse "exército de um homem só" (que Reeves encarna com perfeição) em ação creditando tamanha violência simplesmente à morte de seu pequeno companheiro canino.
Escorregadas à parte, De Volta ao Jogo é um filme de ação intenso, envolvente, rápido, certeiro e cheio de estilo. Na construção do visual e do protagonista silencioso e implacável, lembra um pouco o recente Drive, ainda que não chegue ao grau de sofisticação estética do filmaço de Nicolas Winding Refn. Nas excelentes sequências de ação urbana, a referência parece ser o cinema de Michael Mann. Discretamente, sem fazer muito barulho ou criar grandes expectativas, Chad Stahelski estreou na direção de longas-metragens em ótima companhia.
John Wick, 2014
Chad Stahelski
2 comentários:
Só li elogios até agora. Quero muito ver.
O filme é uma agradável surpresa, Pedro.
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