Apesar de ser uma produção dos estúdios Marvel, Guardiões
da Galáxia chegou aos cinemas como uma aventura de heróis
desconhecidos do grande público, algo muito diferente do que ocorreu com os
Vingadores – afinal, mesmo quem não é leitor de quadrinhos já tinha ouvido
falar de Hulk, Capitão América, Homem de Ferro e Thor antes de seus respectivos
filmes estrearem. Chegou, enfim, sem peso, sem responsabilidades. Sem
expectativas a serem atendidas ou frustradas (lembrando o caso de
Blade, sucesso de 1998 que abriu as portas para um novo
ciclo de filmes baseados em HQ's). E como isso faz bem ao longa de James
Gunn!
O restante do universo Marvel está presente na narrativa de Guardiões da Galáxia, até porque cruzamentos futuros estão previstos, mas a principal referência no horizonte de Gunn é uma certa aventura intergalática de 1977. Como o George Lucas de então, esse diretor desconhecido flerta com o clima descontraído das antigas matinês para nos apresentar a um grupo de heróis inusitados, personagens meio marginais e desastrados que recebem, a contragosto, a função de salvar o universo. Tudo isso embalado por uma deliciosa trilha sonora setentista e oitentista que, também de maneira surpreendente, se insere organicamente na trama. O resultado é um filme irresistível, ainda que, claro, seu impacto sobre as audiências contemporâneas seja infinitamente menor que o de Star Wars há quase 40 anos. Mas não tem problema. Ao mirar na franquia de Lucas, Guardiões da Galáxia já conseguiu o grande feito de, em meio à grandiosidade da Iniciativa Vingadores e da idolatria gerada por seus personagens aborrecidos (quem ainda aguenta Tony Stark?), se tornar o melhor filme produzido pelos estúdios Marvel até agora.
Guardians of the Galaxy, 2014
James Gunn
Um comentário:
Concordo, Kahlil. Filme divertido e delicioso de se assistir.
Postar um comentário