terça-feira, 12 de agosto de 2014

Robin Williams, 1951-2014



Robin Williams foi figura constante na minha infância. Eu vi e revi (muitas vezes, como toda criança chata) Aladdin em cópia dublada, mas sempre achei que o gênio tinha a cara dele. Sonhei em ser como Pan, voando heroico pela Terra do Nunca e ri um bocado com suas trapalhadas em Uma Babá Quase Perfeita. Pouco depois, me emocionei com filmes que hoje reconheço como bobagens sentimentalóides: Amor Além da Vida (já fui espírita) e Patch Adams.  

Quando passei a meu auto-intitular “cinéfilo” e a buscar filmes mais “sérios”, lá esteve Williams, com as obras da fase áurea de sua carreira: Tempo de Despertar, Gênio Indomável e, sobretudo, Sociedade dos Poetas Mortos, responsável por me fazer chorar pela primeira vez diante de um filme. Aliás, se nunca atribui créditos ao protagonista desse incensado trabalho de Peter Weir por minha escolha profissional (até porque não sou muito adepto da ideia da docência como missão), jamais deixei de ter John Keating como modelo de professor a ser alcançado. Keating, como Peter Pan e o gênio da lâmpada, como o pai travestido de babá e o médico palhaço de um dramalhão meloso, são um pouco heróis para mim, figuras que me ajudaram a construir olhares para o mundo. Dói um bocado saber que o homem que criou todos esses heróis já não existe. 

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