Robin Williams foi figura constante na minha infância. Eu vi
e revi (muitas vezes, como toda criança chata) Aladdin em cópia dublada, mas
sempre achei que o gênio tinha a cara dele. Sonhei em ser como Pan, voando heroico
pela Terra do Nunca e ri um bocado com suas trapalhadas em Uma Babá Quase
Perfeita. Pouco depois, me emocionei com filmes que hoje reconheço como bobagens
sentimentalóides: Amor Além da Vida (já fui espírita) e Patch Adams.
Quando passei a meu auto-intitular “cinéfilo” e a buscar
filmes mais “sérios”, lá esteve Williams, com as obras da fase áurea de sua
carreira: Tempo de Despertar, Gênio Indomável e, sobretudo, Sociedade dos
Poetas Mortos, responsável por me fazer chorar pela primeira vez diante de um
filme. Aliás, se nunca atribui créditos ao protagonista desse incensado
trabalho de Peter Weir por minha escolha profissional (até porque não sou muito
adepto da ideia da docência como missão), jamais deixei de ter John Keating
como modelo de professor a ser alcançado. Keating, como Peter Pan e o gênio da
lâmpada, como o pai travestido de babá e o médico palhaço de um dramalhão
meloso, são um pouco heróis para mim, figuras que me ajudaram a construir
olhares para o mundo. Dói um bocado saber que o homem que criou todos esses
heróis já não existe.
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