segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Impressões sobre o Globo de Ouro 2015



Cerimônia chata e sem graça, discursos pouco inspirados e obviedade na escolha dos vencedores. Não, não estou falando do Oscar, mas do entediante Globo de Ouro 2015, que acrescentou pouca emoção à corrida pelas estatuetas da Academia. O precioso Boyhood - Da Infância à Juventude saiu como grande vencedor, consolidando seu favoritismo para a noite dos Oscars, quando deverá levar ao menos os mesmos 3 prêmios que abocanhou na noite de ontem: melhor filme, diretor e atriz coadjuvante, para Patricia Arquette. Já Birdman, de Alejandro González Iñarritu, que parecia a única real ameaça ao filme de Linklater na disputa pela preferência da Academia, foi surpreendentemente derrotado pelo adorável O Grande Hotel Budapeste como melhor filme cômico. Iñarritu tem chances de sair vitorioso do Oscar por seu roteiro (prêmio que ganhou ontem), mas a disputa será dura contra o próprio O Grande Hotel Budapeste e Boyhood. De certo mesmo para Birdman só a estatueta de melhor ator para Michael Keaton, mesmo numa categoria cheia de nomes fortes (Eddie Redmayne, Benedict Cumberbatch, Jake Gyllenhaal, Steve Carrell, David Oyelowo, Timothy Spall, Ralph Fiennes).

Mas pior que uma noite enfadonha e sem surpresas, é uma noite enfadonha com pequenas surpresas que não deveriam existir. Falo dos prêmios televisivos, mais especificamente, das inesperadas derrotas de True Detective nas categorias melhor ator dramático em minissérie (Matthew McConaughey foi derrotado por Billy Bob Thornton, também ótimo em Fargo) e melhor minissérie dramática (Fargo também saiu vencedora aqui). Adoro a primeira temporada da série inspirada no filme dos irmãos Coen, mas o trabalho visceral e denso de Nic Pizzolatto (escritor) e Cary Fukunaga (diretor) merecia a consagração absoluta, ainda mais com a ausência de Breaking Bad em seu caminho. Trata-se, provavelmente, da melhor produção audiovisual de 2014. Não premiá-la foi um grande equívoco. Mas, como disse George Clooney em seu discurso de aceitação do prêmio Cecil B. DeMille, quem se lembra dos prêmios diante da grandeza do que fizeram alguns artistas?

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