[cavalo de guerra]
War Horse, 2011
Steven Spielberg
Certa vez, ao comentar sobre Avatar aqui no blog, relatei uma teoria defendida por meu amigo Gabriel F. Marinho sobre o cinema de James Cameron: de acordo com ele, se um filme fosse um bolo de chocolate, Cameron seria aquele sujeito que, sabendo que quase todo mundo gosta de bolos de chocolate, exagera na receita, reforça a quantidade de açúcar e de achocolatado, para torná-lo ainda mais apetitoso. E Steven Spielberg seria tudo aquilo que Cameron não consegue ser: o cineasta que sabe até onde ir para envolver seu espectador sem soar forçado. Bem, talvez isso seja válido para muitos filmes de Spielberg, mas é inegável que, vez ou outra, ele perde sim a mão no açúcar e no achocolatado. Penso que Amistad, O Terminal, e alguns momentos de A Lista de Schindler e O Resgate do Soldado Ryan são bons exemplos disso, mas Cavalo de Guerra ilustra, como poucos, os exageros que o diretor é capaz de cometer.
Talvez o maior problema do filme seja sua fonte de inspiração: um livro voltado para o público infanto-juvenil. Spielberg já fez filmes maravilhosos para esse público, mas a Primeira Guerra Mundial merecia o cineasta que dirigiu Império do Sol, Schindler, Soldado Ryan e Munique, e não o responsável por E.T. e Hook. O resultado é um filme de belos momentos isolados (as cenas de guerra são particularmente impactantes, especialmente todas aquelas que se passam nas trincheiras e a sequência do primeiro ataque da cavalaria britânica, em que um verdadeiro massacre é retratado sem que muito seja mostrado: basta que vejamos as metralhadoras alemãs disparando impiedosamente e os cavalos de guerra entrando na floresta já sem os soldados que os montavam), mas que, no todo, soa forçado, meloso e grandioso demais. E não deixa de ser uma pena que, em tempos de Bastardos Inglórios, sejamos forçados a assistir um filme em que ingleses, alemães e franceses falam todos o mesmo idioma.
Um comentário:
Olha, ficou para o DVD. Só isso mesmo. Não tenho muito a intenção de ver esse filme.
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