segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Ressaca de Oscar



Ressaca de Oscar é terrível. Depois de meses acompanhando rumores, prognósticos e outras premiações que funcionam (ou não) como prévias, o término da tão aguardada cerimônia deixa uma sensação de vazio que, provavelmente, passará quando Cannes chegar.

Mas vamos ao Oscar 2013: o ótimo Argo confirmou o favoritismo na categoria principal e, como Ben Affleck foi inexplicavelmente esquecido por sua direção (o que rendeu uma ótima piada de Seth McFarlane, logo no início da festa, sobre o caráter ultra-secreto da história contada pelo longa), sua subida ao palco para receber a estatueta de melhor filme ao lado de Grant Heslov e George Clooney teve ares de catarse, com o sujeito visivelmente emocionado; com isso, infelizmente, a Academia deixou de premiar aqueles que eram os dois melhores dentre os indicados, o belíssimo Lincoln e o fundamental A Hora Mais Escura, sendo que até o supostamente favorito Steven Spielberg saiu de mãos abanando; Quentin Tarantino é um gênio e, apesar de Django Livre não ser seu melhor trabalho, foi delicioso vê-lo no palco recebendo um Oscar quase 20 anos depois de sua vitória por Pulp Fiction; Jennifer Lawrence levou um exagerado prêmio de melhor atriz, o que fez a Academia perder a chance de criar um momento bem bonito, com Emmanuelle Riva subindo ao palco, no dia de seu 86º aniversário, para receber a estatueta das mãos de seu compatriota Jean Dujardin; por outro lado, a categoria melhor ator foi marcada por um encontro de gigantes, com Meryl Streep entregando a Daniel Day-Lewis seu terceiro (e merecido) Oscar. O ator, estupendo em Lincoln, representou, solitário, a beleza e elegância do filme de Spielberg. Já entre os coadjuvantes, ganharam Susan Boyle... quer dizer, Anne Hathaway, por sua boa performance naquele abacaxi chamado Os Miseráveis, e um surpreendente, mas nem tanto, Christoph Waltz, premiado novamente por um papel cômico/violento num filme de Tarantino. Minha torcida era por Tommy Lee Jones mas Waltz é a alma de Django Livre e sua vitória não deve ser lamentada.

É isso. Por fim, numa tentativa desesperada de aliviar essa ressaca, listo aqui dez filmes que poderão se tornar fortes concorrentes na corrida para o Oscar 2014.



The Counselor (Ridley Scott)
Diana (Oliver Hirschbiegel)
The Fifth Estate (Bill Condon)
Foxcatcher (Bennett Miller)
O Grande Gatsby (Baz Luhrmann)
Inside Llewyn Davis (Joel Coen e Ethan Coen)
Labor Day (Jason Reitman)
Nebraska (Alexander Payne)
Twelve Years a Slave (Steve McQueen)
The Wolf of Wall Street (Martin Scorsese)

2 comentários:

Rafael Carvalho disse...

Bela lista de possíveis próximos ame/odeie. Sobre a premiação de ontem, além de chatinha e sem muita graça, me pareceu fraca em termos de premiar melhores, fora as vitórias dos atores que você destacou. Ainda vejo Argo como um bom filme e só.

Wallace Andrioli Guedes disse...

Também vejo ARGO como apenas um bom filme, Rafael, ou talvez um ótimo filme que seria melhor aproveitado caso não fosse depositado sobre ele toda essa "responsabilidade" de ser o "melhor filme do ano".