terça-feira, 16 de junho de 2009

[o exterminador do futuro: a salvação]

O Exterminador do Futuro: A Salvação
Terminator Salvation, 2009
McG


Parece mentira, mas fui ao cinema cheio de fé assistir a um filme de McG. É que gosto bastante da série O Exterminador do Futuro (na verdade, adoro os dois primeiros filmes, e simplesmente suporto o terceiro), e confesso ter me deixado enganar pelos ótimos trailers dessa quarta parte, e me empolgado com a possibilidade de, pela primeira vez, vislumbrar com maior profundidade o tão propagado (pelos filmes anteriores) futuro apocalíptico sob o domínio da SkyNet. O resultado, no entanto, é muito irregular, e um tanto frustrante.
Em sua primeira metade, O Exterminador do Futuro: A Salvação não passa de um amontoado de cenas de ação, explosões e efeitos especiais grandiosos. O que não deixa de ser uma contradição: se McG acerta ao adotar um visual sujo, granulado, próprio de filmes de ação e/ou de guerra feitos recentemente e que dá ao longa um aspecto "realista" até então inédito na série, por outro lado ele cria sequências tão exageradas, que qualquer pretensão de realismo vai por água abaixo rapidamente. Com Christian Bale, surpreendentemente, aparecendo pouco nessa primeira metade, T4 joga todos os dados em Sam Worthington para segurar as inúmeras sequências de ação, e o resultado é um tanto cansativo (para os olhos, para os ouvidos, e para o bom gosto cinematográfico) e repetitivo.
Curiosamente, é quando os personagens de Worthington e Bale finalmente se encontram, quando se exige um pouco mais dramaticamente da dupla de atores, que o filme cresce. E cresce bastante. O primeiro diálogo entre a dupla, numa cena reveladora, é ótimo (a cena como um todo, na verdade, é muito boa). Bale mostra ter sido uma escolha acertada para interpretar John Connor, e Worthington consolida a força trágica de seu personagem. Daí até o final, a relação que se estabelece entre essa duas figuras é um tanto interessante, quer dizer, ao menos até a solução final encontrada por McG, piegas, clichê e irritantemente absurda. Aqui, novamente, o diretor contradiz o tom sério que parece pretender adotar no filme ao fazer uma opção exagerada e, nesse caso, melodramática.
Infelizmente, os escorregões não param por aí: há ainda uma trupe de coadjuvantes subaproveitados (me pergunto, primeiramente, o que está acontecendo com Bryce Dallas Howard, aquela mesma jovem e talentosa atriz que fez A Vila e Manderlay, e, em segundo lugar, o que Michael Ironside está fazendo no filme, interpretando de forma séria exatamente o mesmo tipo de personagem satirizado no cada vez mais atual Tropas Estelares) e uma irritante e inacreditável aparição meio Deus ex-machina de Helena Bonhan Carter no epílogo, para explicar, passo a passo, os planos vilanescos da SkyNet e os segredos da trama vista até ali para um dos "heróis". Esse é o tipo de solução narrativa que só serve para atestar a imensa falta de criatividade e talento de McG, sua incapacidade em tornar claro o que está acontecendo em seu filme de maneira orgânica, sem precisar apelar para um momento no qual tudo é interrompido, para que alguém possa fazer um discurso explicativo. No final, só resta a óbvia conclusão de que James Cameron está fazendo falta. E muita.

5 comentários:

Anônimo disse...

É quase vergonhoso se comparado aos filmes de Cameron mas, apesar do fraco roteiro e da queda de qualidade gritante após os primeiros atos, ainda gostei do filme. Adorei a estética e parte técnica, gostei muito do elenco e achei a direção das cenas de ação muito boa. Pena que termine de forma tão pífia.

3 estrelas

Ciao!

Prissyrj disse...

Obrigada pelo link e pela visita.
Vou colocá-lo lá no meu também!:)

P.s.:sem vontade de ver esse exterminador do futuro aí....bring Arnold back!!rs

Até!

Anônimo disse...

Eu não gostei desse filme. Achei sem identidade. Culpa total do McG, apesar de ele mostrar certo talento nas cenas de ação.

Rafael Carvalho disse...

Não vi ainda, só tem cópia dublada em minha cidade! Uma droga...

Diego Rodrigues disse...

Eu tenho uma pena de Cameron assistindo este filme. Imagina o que ele deve ter pensando. Um reles filme óbvio de ação, aposta quanto que vai ter milhares com as mesmas soluções de roteiro?