segunda-feira, 23 de maio de 2011


[os filmes mais aguardados de 2011]

Num momento em que Cannes celebra seus vencedores e Veneza começa a anunciar alguns de seus participantes, resolvi ceder ao impulso irresistível de montar uma breve lista com os filmes de 2011 que mais geram expectativas em mim. Sei que é provável que alguns deles só venham de fato a estrear nos cinemas brasileiros nos primeiros meses de 2012, mas como a essa altura do campeonato (quase) tudo é incerto, não me importei muito com esse detalhe - sem contar que há sempre a possibilidade de que esses filmes sejam exibidos no Festival do Rio, em outubro, no qual espero estar presente. Enfim, segue a lista.


10- Xingu, de Cao Hamburger


O que é: Narra a trajetória dos irmãos Villas-Bôas (interpretados por Caio Blat, João Miguel e Felipe Camargo), idealizadores da reserva do Parque do Xingu, desbravando os sertões brasileiros.

Porque pode ser bom: O longa anterior de Hamburger, O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias, é uma preciosidade, e a expectativa para seu retorno à direção é alta. Não dá para não esperar um drama poderoso e delicado com um tema como esse nas mãos.


9- On the Road, de Walter Salles.


O que é: Adaptação de obra clássica da literatura beat, narra as viagens pela América de seu autor, Jack Kerouac.

Porque pode ser bom: Bom, Salles tem no currículo os maravilhosos road movies Central do Brasil e Diários de Motocicleta, e sempre pareceu o nome perfeito para transformar em filme a obra de Kerouac. Junte-se a isso o elenco de qualidade (Sam Riley, Kristen Stewart, Viggo Mortensen, Amy Adams, Elisabeth Moss, Terrence Howard, Steve Buscemi, Alice Braga) e o roteirista José Rivera (o mesmo de Diários), e fica bem difícil não acreditar que o diretor brasileiro finalmente fará um grande filme em solo norte-americano.


8- Carnage, de Roman Polanski


O que é: Desentendimento entre crianças em um playground se transforma em debate áspero entre seus pais, onde temas como racismo e homofobia vem à tona. Baseado na peça Le Dieu du Carnage, de Yasmina Reza.

Porque pode ser bom: Seres humanos deixando vir à tona seu lado mais agressivo, vistos pelos olhos de Polanski? Kate Winslet, Jodie Foster, Christoph Waltz e John C. Reilly juntos? Difícil é imaginar porque esse filme não seria bom...


7- Drive, de Nicolas Winding Refn


O que é: No sul da Califórnia, motorista dublê de filmes tem um outro emprego à noite dirigindo para criminosos em roubos. Quando descobre que está marcado para morrer, ele precisa salvar a própria pele.

Porque pode ser bom: Refn, um dos diretores mais comentados do momento, levou o prêmio de direção em Cannes por esse filme - que, aliás, foi elogiadíssimo pela crítica durante o Festival. Sem contar que, no elenco, estão Ryan Gosling, Carey Mulligan, Bryan Cranston e Christina Hendricks.


6- The Artist, de Michael Hazanavicius


O que é: Na Hollywood dos anos 20, um astro do cinema mudo vê sua arte entrar em decadência, diante da ascensão do cinema falado e de uma de suas estrelas.

Porque pode ser bom: Também premiado em Cannes (Dujardin levou melhor ator), The Artist foi provavelmente o filme mais amado do Festival, e já começam a surgir boatos de indicações para o Oscar no ano que vem. Homenagem ao cinema, em preto-e-branco, com atuações elogiadas... pressinto paixão à primeira vista.


5- Melancolia, de Lars von Trier


O que é: Justine (Kirsten Dunst) e Michael (Alexander Skarsgård) estão celebrando seu casamento em uma festa suntuosa na casa de sua irmã (Charlotte Gainsbourg) e cunhado (Kiefer Sutherland). Enquanto isso, o planeta Melancolia está se dirigindo em direção à Terra.

Porque pode ser bom: Porque é um filme de Lars von Trier. E também porque foi muito elogiado em Cannes - houve mesmo quem dissesse ser esse seu melhor trabalho -, e agraciado com o prêmio de melhor atriz, a despeito de toda a polêmica envolvendo as declarações do diretor sobre o nazismo.


4- A Pele que Habito, de Pedro Almodóvar


O que é: Inspirado no livro Tarantula, de Thierry Jonquet, narra a saga de um cirurgião plástico (Antonio Banderas) que busca vingar a morte de sua filha.

Porque pode ser bom: Porque é um filme de Almodóvar. E porque é o reencontro do diretor com Banderas depois de mais de 20 anos (desde Ata-me os dois não trabalhavam juntos), e porque encantou a crítica em Cannes - mesmo tendo saído do Festival de mãos vazias.


3- A Dangerous Method, de David Cronenberg


O que é: Os conflitos entre Freud (Viggo Mortensen) e Jung (Michael Fassbender), segundo David Cronenberg.

Porque pode ser bom: Porque traz os conflitos entre Freud (Viggo Mortensen) e Jung (Michael Fassbender), segundo David Cronenberg. Precisa dizer algo mais?


2- Super 8, de J.J. Abrams


O que é: A história gira em torno de um grupo de amigos que grava um filme amador utilizando uma câmera super-8. No momento em que rodam uma das cenas, testemunham o momento exato em que um caminhão choca-se com um trem de carga. Pouco tempo depois, diversos desaparecimentos incomuns começam a acontecer e é apenas uma questão de tempo até que os garotos se deem conta de que aquele pode não ter sido um simples acidente.

Porque pode ser bom: Porque é J.J. Abrams homenageando o cinema feito por Steven Spielberg nos anos 70 e 80 (mais especificamente, filmes como Contatos Imediatos do Terceiro Grau e E.T.). Dá para resistir?


1- A Árvore da Vida, de Terrence Malick


O que é: Nos dias atuais, um homem (Sean Penn) relembra sua infância nos EUA da década de 1950, ao lado da mãe religiosa e do pai autoritário.

Porque pode ser bom: Muito antes de toda a badalação em Cannes, de onde saiu com a Palma de Ouro, A Árvore da Vida já era um dos filmes mais aguardados por mim nos últimos tempos (algo que já havia deixado claro quando da divulgação de seu trailer). E simplesmente pelo fato de seu diretor ser o sr. Terrence Malick. O homem é um gênio, um poeta das imagens, um esteta talvez sem igual no cinema atual - e é também o responsável por um dos filmes que mais amo no mundo, Além da Linha Vermelha. Isso basta para justificar meu interesse por qualquer coisa que ele produza. A Palma de Ouro é só a cereja no bolo.

5 comentários:

Alan Raspante disse...

Excelente lista, estou contigo em todos os filmes. Só não sabia deste filme de Cao, acho o cara um excelente diretor e fico feliz que esteja com um novo trabalho!

Abs,
osmeuscigarros.blogspot.com [mudei de endereço, rs].

[]s

Marcelo Müller disse...

Ótima lista, sem dúvida. Compartilho de sua expectativa a respeito de todos os do top 10, muito bem compilado, diga-se.

Abraços

Anônimo disse...

faltou alguns dos que mais aguardo. Moneyball, Bennett Miller, Contagion do Soderbergh, The Ides of March do Clooney e DAVID FINCHER!

Wallace Andrioli Guedes disse...

IDES OF MARCH, de fato, foi uma ausência importante. Quanto ao Fincher, sou fã do cara, e agora THE GIRL WITH THE DRAGON TATTOO entraria fácil nessa lista. Mas, quando a fiz, ainda não havia sido liberado nenhum material de divulgação do filme, e minha expectativa não era das mais altas, por conta do fraco filme sueco...

BillyCapra disse...

Parece que teremos um grande ano, ótima lista e parabéns pelo blog.