2013: ano conturbado, tendendo ao desastre, no plano pessoal, mas recompensador em matéria de cinema. Nossas salas foram invadidas por uma impressionante safra de grandes filmes, que quase transformaram minha tradicional lista dos 10 melhores do ano num top 20 (quiçá 30). Optar por seguir a tradição não me impede, claro, de lembrar algumas pérolas exibidas por aqui e que quase entraram no ranking final. Vale citar, por exemplo, o admirável vigor dos veteranos William Friedkin, irmãos Taviani e Alain Resnais, responsáveis por, respectivamente, Killer Joe, César Deve Morrer e Vocês Ainda Não Viram Nada, bem como as mais recentes mostras de talento dos ascendentes Sergei Loznitsa (diretor do amargo Na Neblina), Jeff Nichols (do adorável Amor Bandido) e Cristian Mungiu (que voltou a impressionar, cinco anos depois de 4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias, com o árduo Além das Montanhas). Também merecem destaque Frances Ha, o filme mais encantador da temporada, Django Livre, empolgante mistura de western e blaxploitation, o delicioso e maduro reencontro com Jesse e Celine em Antes da Meia-Noite, as visualmente acachapantes releituras dos clássicos da literatura O Grande Gatsby e Anna Karenina pelas mãos de Baz Luhrmann e Joe Wright, o alucinante Rush (melhor filme de Ron Howard desde Apollo 13), o poderoso drama à lá David Fincher Os Suspeitos, de Denis Villeneuve, o sensacional drama homossexual com toques de thriller Um Estranho no Lago e o doloroso retorno de Thomas Vinterberg à temática da pedofilia em A Caça, 15 anos após Festa de Família. Todos filmes de imensa qualidade que, em anos normais, entrariam sem maiores problemas numa lista de 10 melhores. Mas 2013 passou longe da normalidade - o que, ao menos no plano cinematográfico, pode ser festejado.
10- Amor
8- O Mestre
7- Tatuagem
6- Gravidade
5- Lincoln
4- A Grande Beleza
3- Tabu
2- Azul é a Cor Mais Quente