Gonzaga - De Pai para Filho, 2012
Breno Silveira
Gonzaga - De Pai para Filho é mais um exemplar desse cinema digno produzido por Breno Silveira. Assim como 2 Filhos de Francisco, Era Uma Vez... e À Beira do Caminho, o filme narra uma história popular com linguagem extremamente acessível, mas nunca se torna um trabalho televisivo, como acontece frequentemente com tantos filmes brasileiros. E novamente o diretor consegue emocionar flertando com o melodrama, mas mantendo um tom contido na dramaturgia.
A rigor, Gonzaga é um filme-irmão de 2 Filhos de Francisco. Se no longa de 2005 Silveira mostrava-se muito mais preocupado em contar a história de um pai obsessivo em sua dedicação a um sonho para seus filhos do que em fazer um filme sobre Zezé Di Camargo e Luciano, agora o diretor mantém no centro de sua narrativa a conturbada relação entre Luiz Gonzaga e seu filho famoso, Gonzaguinha (interpretado de maneira quase espírita por Julio Andrade). A ascensão do personagem-título ao posto de "rei do baião" faz parte da trama, claro, mas importa bem menos que o embate entre Gonzaga-pai e Gonzaga-filho. E se estendermos o olhar para seu outro recente trabalho, À Beira do Caminho, perceberemos que, na verdade, a temática da paternidade é uma espécie de eixo norteador da filmografia de Silveira, cineasta que, apesar de passar longe do brilhantismo, se mostra cada vez mais coerente na construção de seu cinema.
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