


O grande problema desta primeira temporada de The Walking Dead é sua duração excessivamente curta (são apenas 6 episódios). Apesar de trabalhar em um universo já explorado à exaustão em outras mídias (particularmente o cinema), e de não trazer nada de realmente novo a este universo (ao menos por enquanto), a série criada e produzida por Frank Darabont funciona muito bem. Os atores são ótimos (me chamaram mais atenção o protagonista, Andrew Lincoln, e o ator-fetiche do diretor, o sempre ótimo Jeffrey DeMunn, mas não há quem esteja mal em cena), os personagens bem desenvolvidos, a trama envolvente, os zumbis repugnantes e assustadores.
Assim como em seu memorável O Nevoeiro, Darabont opta por utilizar uma ameaça externa e irracional para falar dos seres humanos que têm de enfrentá-la, levá-los até o limite, e lembrar ao espectador o quanto a tal natureza humana pode ser sinistra. Também não há nada de novo aqui, mas Darabont sabe fazer isso como poucos. Na verdade, acho que o grande problema da primeira temporada de The Walking Dead não é sua curta duração, mas sim o fato de ser absurdamente viciante (provavelmente poderiam ser 100 episódios, que ainda assim acharia pouco). E isso me preocupa, levando-se em conta que a última vez que me senti assim em relação a uma série de TV foram necessários 6 anos (e muita discussão) para conseguir deixar para trás uma certa ilha misteriosa...